[crítica] ranma 1/2
- Carlos Vilaça
- 14 de jan.
- 2 min de leitura

A série Ranma ½, baseada no mangá clássico de Rumiko Takahashi, ganhou uma nova adaptação pela Netflix. Originalmente exibida entre 1989 e 1992, com 6 temporadas, a obra captura a essência humorística e absurda do material original, mas se esforça para recriar o espírito do mangá. A estética da nova versão mistura elementos tradicionais japoneses com toques contemporâneos, resultando em um visual vibrante e envolvente.
Fãs antigos da série irão se divertir com os momentos de comédia pastelão e as situações absurdas, como as transformações mágicas e os triângulos amorosos complexos. Para quem não conhece a trama, Ranma ½ acompanha Ranma Saotome, um jovem de 16 anos que sofre de uma maldição chinesa: ao ser molhado com água fria, ele se transforma em mulher, enquanto seu pai vira um panda. A história se desenrola a partir da promessa de Ranma de se casar com uma das filhas do melhor amigo de seu pai, mantendo o legado da escola de artes marciais e a tradição da família Tendo.
Um ponto positivo da adaptação é a dublagem brasileira, que agrega muito à comédia e ao estilo de fala dos personagens. As gírias e expressões conferem uma versão espontânea, natural e completamente atualizada, o que contribui para o charme da série.
A atuação dos protagonistas também é um destaque. Ranma e Akane têm ótima química, e os dubladores conseguem traduzir com maestria a tensão romântica e cômica que define o relacionamento deles. Além disso, a série explora a fluidez de gênero de Ranma de uma maneira mais contemporânea, adicionando nuances que dialogam com debates atuais sobre identidade de gênero e relações interpessoais, o que enriquece a trama.
No entanto, a adaptação enfrenta alguns desafios ao tentar equilibrar a comédia leve com momentos de drama mais profundo. O humor, que era um dos pontos fortes na década de 80, pode soar datado ou até desconfortável para o público atual. Embora a série consiga se ajustar e fluir ao longo da temporada, algumas piadas podem não ressoar tão bem com as novas gerações.
A narrativa também tenta modernizar alguns aspectos, mas sem oferecer a profundidade necessária, o que pode alienar tanto os novos espectadores quanto os fãs nostálgicos. Um exemplo disso são as mudanças nos personagens secundários, como Shampoo e Ryoga, cujas personalidades acabam sendo diluídas em subtramas desnecessárias.
No geral, a adaptação de Ranma ½ da Netflix é uma celebração nostálgica que busca trazer a obra para uma nova geração, tentando agradar a diferentes públicos. Ela funciona bem como uma introdução leve ao universo criado por Rumiko Takahashi, e é interessante ver como a série pode evoluir em futuras temporadas.
Crítica: Carlos Vilaça
Nota: 4.4/5
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