[crítica] os fantasmas ainda se divertem
- Carlos Vilaça
- 2 de set. de 2024
- 2 min de leitura

Após 36 anos do lançamento de “Os Fantasmas se Divertem”, o clássico de Tim Burton retorna aos cinemas este ano com uma tão aguardada continuação. Para quem desejava ver um novo capítulo da história, posso afirmar que a espera valeu a pena. No longa, retornamos à casa em Winter River, onde três gerações da família Deetz se reúnem após uma tragédia familiar inesperada. Lydia Deetz (Winona Ryder) já é adulta e mãe da adolescente Astrid (Jenna Ortega), que, ao descobrir a misteriosa maquete da cidade no sótão, acidentalmente abre um portal para a vida após a morte. Isso vira a vida da família Deetz de cabeça para baixo novamente, com o ressurgimento do extravagante fantasma Beetlejuice (Michael Keaton).
Sob a visão do cineasta, o filme faz uma referência direta ao primeiro longa, remetendo à abertura, à narrativa e aos intérpretes, mas com um toque atualizado. Os personagens que se conectam com o público atual, como Astrid (Jenna Ortega) e Jeremy (Arthur Conti), adicionam profundidade à trama e modernizam a narrativa. Tim Burton mantém a ideia dos efeitos práticos, o que, na minha opinião, é mais agradável do que se tivesse sido feito em CGI, além de firmar sua marca registrada tão bem conhecida. O roteiro possui algumas nuances, como o alongamento de certas cenas para justificar a trama e a introdução de novos personagens de forma um pouco exagerada, mas o filme se desenvolve bem no final do primeiro ato e na segunda metade da história. Interessantemente, o diretor utiliza todos os métodos narrativos já conhecidos, tanto na trilha sonora (novamente composta por Danny Elfman) quanto em uma cena musical que se encaixa perfeitamente na trama. A escolha do elenco foi excelente, embora alguns personagens, apesar de terem espaço na tela, não tenham sido tão aprofundados nem desenvolvidos, como os interpretados por Danny DeVito e Monica Bellucci.
Comparado ao seu antecessor, senti a falta do senso cômico de alguns intérpretes; o filme dá quase todo o foco ao Beetlejuice. Isso não afeta a trama em si, mas diminui a familiaridade e o carisma de alguns personagens secundários que poderiam ter sido mais explorados.
Em suma, o filme oferece uma reflexão intrigante sobre a vida após a morte, combina entretenimento com piadas sarcásticas e humor satírico, e apresenta um olhar surrealista que ressoa com o público atual. A obra se destaca por atualizar sua linguagem para a nova geração de espectadores, culminando em um desfecho encantador e visualmente impressionante.
Crítica: Carlos Vilaça
Nota: 4.0/5
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